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Mario Persona

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quinta-feira, 1 de abril de 2010

As posições pré, meso e pós-Tribulacionista para o Arrebatamento

Aqui no site do Ministério adotamos a posição pré-Tribulacionista para o momento do Arrebatamento, que é considerada a posição mais biblicamente correta e condicente com a seqüência dos acontecimentos pertinentes ao final dos tempos. A preocupação é estar sempre de acordo com a Bíblia no tocante à seqüência cronológica dos eventos que marcam a Volta de Jesus Cristo. Queremos deixar claro que respeitamos outras posições quanto ao Arrebatamento, porém adotamos esta como a mais sensata para a seqüência dos acontecimentos no final dos tempos.

Apresentamos, a seguir, as posições pré, meso e pós-Tribulacionista para a ocasião do Arrebamento.

O Arrebatamento pré-Tribulacionista1

O Arrebatamento pré-Tribulacionista se baseia no cumprimento da 70ª. semana de Daniel, quando o anticristo fará um acordo de paz com Israel, imediatamente iniciando o período de sete anos de Tribulação. Antes desse período, a Igreja de Jesus Cristo é ressuscitada e arrebatada com todos os seus santos vivos e levada à casa do Pai (João 14:1-3), julgada e recompensada por suas boas obras (2 Coríntios 5:10).

Após os sete anos de Tribulação, Jesus Cristo retorna em seu Aparecimento Glorioso e destrói o anticristo e o falso profeta, prende Satanás por mil anos (Apocalipse 20:3) e estabelece o governo milenar.

Arrebatamento algum tempo logo antes da Tribulação (1 Ts 4:13-17)
Era da Igreja
Eternidade

3 1/2 anos
1/2 semana de Daniel 9:27

3 1/2 anos
1/2 semana de Daniel 9:27 = 1 tempo + tempos + 1/2 tempo (Ap 12:14)

Primeira vinda de Cristo
o anticristo quebra o acordo de paz, profana o templo (2 Ts 2:3-4)
Começa a Grande Tribulação
A acordo do antricristo com Israel (Dn 9:27)
O aparecimento glorioso de Cristo (Ap 19:11)

Seguem alguns dos motivos que justificam que o Arrebatamento Pré-Tribulacionista é a posição mais correta de ser aceita:

  • A Palavra nos diz claramente em Mateus 3:7, Lucas 3:7 e 1 Tessalonicenses 1:10 que os cristãos são salvos da "ira futura" (um dos termos usados para denominar a Tribulação)
  • A Palavra também nos diz em Apocalipse 3:10, Romanos 5:9, 1 Tessalonicenses 1:10 e 5:9 que os cristãos serão protegidos da "hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra". Essa tentação ainda não aconteceu, mesmo sabendo que atualmente o mundo viva sob uma opressão como nunca antes houve na história da humanidade. A igreja ainda está aqui na terra, orando e guerreando. A tentação referida nos versículos acima se refere a uma opressão ainda mais intensa, que só ocorrerá depois que a Igreja for retirada da terra, por ocasião do Arrebatamento
  • O ponto de vista pré-Tribulacionista é o mais lógico da Bíblia no que se refere à Segunda Vinda de Cristo sempre que tomamos o significado das profecias de maneira simples e literal
  • A posição pré-Tribulacionista do Arrebatamento é a única que distingue claramente a Igreja de Israel. A Igreja aparece até Apocalipse 4:3, depois o livro de Apocalipse mostra o foco principal durante a Tribulação, que é Israel. Somente em Apocalipse 18:24 vemos a Igreja retornando (após os sete anos de Tribulação)
  • Apenas a posição pré-tribulacionista preserva o poder motivador do retorno iminente de Cristo, que era o grande desafio da Igreja primitiva
  • Em João 14:1-3, Atos 1:11, 1 Coríntios 15:52-52, Filipenses 3:20, Colossenses 3:4, entre outras passagens, os apóstolos ensinaram que Cristo poderia retornar a qualquer momento. Sem tal expectativa, a Igreja perde o foco espiritual e tem a tendência de se tornar morta
  • A posição pré-tribulacionista é a única distingue claramente entre Israel e a Igreja
  • O ponto de vista pré-tribulacionista mantém a certeza da Palavra de que os cristãos serão guardados da Tribulação.

Existem ainda mais razões pelas quais se justifica o Arrebatamento pré-Tribulacionista como a posição mais correta biblicamente de ser aceita.

O Arrebatamento meso-Tribulacionista1

O Arrebatamento meso-Tribulacionista é parecido ao pré-Tribulacionista, porém assume que o Arrebatamento ocorrerá no meio da Tribulação, tomando como base Mateus 24:15,21 e Apocalipse 11:12.

Neste ponto de vista, a Igreja passaria pela ira e a perseguição do anticristo na primeira metade da Tribulação. A posição meso-Tribulacionista usa a profecia das duas testemunhas em Apocalipse 11 para apontar que o Arrebatamento ocorreria no meio da Tribulação:

  • Apocalipse 11:12
    "
    E [as duas testemunhas] ouviram uma grande voz do céu, que lhes dizia: Subi para aqui. E subiram ao céu em uma nuvem; e os seus inimigos os viram."
Era da Igreja
Eternidade

3 1/2 anos
1/2 semana de Daniel 9:27

3 1/2 anos
1/2 semana de Daniel 9:27

Primeira vinda de Cristo
Arrebatamento ocorreria no meio da Tribulação (1 Ts 4:13-17)
A acordo do antricristo com Israel (Dn 9:27)
O aparecimento glorioso de Cristo (Ap 19:11)

Porém, a posição meso-Tribulacionista tenta se justificar usando os seguintes argumentos:

  • O termo "Subi para aqui" de Apocalipse 11 seria o momento do Arrebatamento da Igreja, mas nesse versículo fica claro que quem sobe são somente as duas testemunhas, e não a Igreja como um todo
  • Apocalipse 12:14 estaria em seqüência cronológica a Apocalipse 11 quando diz "um tempo, tempo e metade de um tempo" (42 meses = 3,5 anos) e seria a justificativa de que após o Arrebatamento haveriam somente mais 3,5 anos de Tribulação. Tal conclusão é incorreta porque a Igreja já não é mencionada entre Apocalipse 4 e 18 (o Arrebatamento já ocorreu). Apocalipse 12 marca o meio da Tribulação, mas já sem a Igreja nesse cenário

A posição meso-Tribulacionista não é considerada biblicamente correta pois nega vários versículos bíblicos que garantem que Deus guardará a Igreja da Sua Ira durante a Tribulação2. Clique aqui para saber quais são estes versículos. Outro fator importante é que a Bíblia jamais afirma em lugar nenhum que o anticristo deveria vir primeiro para que o Arrebatamento acontecesse. Basta olhar o gráfico acima para concluir que se a Igreja fosse arrebatada no meio da Tribulação, o anticristo já estaria presente e governando.

Portanto, a posição meso-Tribulacionista para o Arrebatamento não é a mais correta de ser aceita.

O Arrebatamento pós-Tribulacionista2

No Arrebatamento pós-Tribulacionista, o Arrebatamento e o Aparecimento Glorioso de Cristo se fundem em um só evento. Em outras palavras, a posição pós-Tribulacionista não considera o Arrebatamento e o Aparecimento Glorioso de Cristo como dois eventos distintos.

O conceito do pós-Tribulacionismo se apóia na identificação incorreta da Igreja como sendo os santos da Tribulação3, sendo que os santos da Tribulação se referem aos convertidos após o Arrebatamento, quando não há mais Igreja sobre a terra. Ou seja, para a posição pós-Tribulacionista, a Igreja passaria por todo o período de Trbulação, mas em seu final seria arrebatada, com a segunda Vinda de Cristo. Não existe nenhuma passagem bíblica que justifique este argumento e por isso, esta posição tem sido freqüentemente refutada.

Era da Igreja
Eternidade

3 1/2 anos

3 1/2 anos

Primeira vinda de Cristo

A acordo do antricristo com Israel (Dn 9:27)
Arrebatamento ocorreria somente no fim da Tribulação (Ap 19:11)

O pós-Tribulacionismo ensina que, como a Igreja é avisada de que sofrerá perseguições e tribulações, então fatalmente ela passaria pelo período de Tribulação2. Tal fato nega as promessas do Senhor de livrar a Igreja da Tribulação e além disso também não distingue a Igreja de Israel. Entre Apocalipse 4 e 18, a Igreja está claramente ausente e o foco de perseguição do anticristo passa a ser Israel.

Portanto, a posição pós-Tribulacionista não é biblicamente correta para ser aceita.

Conclusão

Apenas estamos explicando aqui os argumentos bíblicos para se adotar o Arrebatamento pré-Tribulacionista como sendo o mais biblicamente correto. Mas tudo isso não é o mais importante.

Seja qual for a posição do Arrebatamento (pré, meso ou pós-Tribulacionista), fato é que estamos na iminência de Jesus voltar, e temos muito trabalho a fazer, que começa por santificarmos nossas próprias vidas, restaurarmos a Noiva (a Igreja) e pregar o evangelho a todo ser humano que ainda não teve a oportunidade de escutar o evangelho uma vez sequer.

Temos que adornar e preparar a Noiva para receber o Noivo dignamente em sua volta.

Bibliografia:

1 LAHAYE, Tim. Motivos para crer no arrebatamento pré-tribulacionista. Bíblia de estudo profética. 1.ed. São Paulo: Editora Hagnos, 2006. p.1271-1274.

2 BENWARE, Paul. A ocasião do arrebatamento. Bíblia de estudo profética. 1.ed. São Paulo: Editora Hagnos, 2006. p.1114.

3 COUCH, Mal. Postribulationism and 2 Thessalonians 2:1-12. 2002 Pre-Trib Study Group from Pre-Trib Research Center, 2002. URL: http://www.pre-trib.org/article-view.php?id=119.

Por que o Arrebatamento ocorre ANTES do período de Tribulação?

O Arrebatamento ocorre antes da Tribulação porque o Senhor prometeu nos livrar deste período horrível, confore diz as Escrituras:

  • Apocalipse 3:10
    "Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra."
  • 1 Tessalonicenses 1:10
    "E [de maneira que temos que] esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura [que trará punição aos impenitentes]."

Deus também diz nas Escrituras que os cristãos não estão destinados à ira do Senhor, conforme 1 Tessalonicenses 5:9:

"Porque Deus não nos destinou [nos sujeitando] para a [Sua] ira [Ele não nos elegeu para nos condenar], mas para a [certeza da] aquisição da [Sua] salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo (o Messias)..."

Outro detalhe importante é que a igreja está ausente entre os capítulos 4 e 18 do livro de Apocalipse, mostrando que a igreja não passará por este período.

O Arrebatamento NÃO inicia o período de Tribulação

Ao contrário do que muitos pensam, o Arrebatamento não é o fator de início dos sete anos de Tribulação. Sabemos, através dos versículos acima citados, que o Arrebatamento ocorre antes da Tribulação, porém não sabemos quanto tempo antes. O que inicia os sete anos de Tribulação é o acordo do anticristo com Israel, propondo uma falsa paz, conforme Daniel 9:27 (Versão na Linguagem de Hoje):

"Este rei fará um acordo com o povo, de sete anos; mas depois de decorrer metade desse tempo, denunciará o tratado e proibirá os judeus de fazerem qualquer sacrifício ou oferta; posteriormente, como cúmulo das suas terríveis acções, o inimigo profanará completamente o santuário de Deus. Mas quando chegar o tempo determinado nos planos de Deus, o julgamento do Senhor será derramado sobre esse assolador visão de Daniel de um homem."

Algumas traduções da Bíblia dizem "uma semana" em vez de "sete anos". Veja "Por que sete anos de Tribulação?" para entender o porquê de "uma semana" equivaler a "sete anos" neste versículo.

O anticristo também surgirá ANTES da Tribulação, conforme 2 Tessalonicenses 2:9-12:

"A esse [o anticristo, o fora-da-lei] cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais [fingidos] e prodígios de mentira, E com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. E por isso Deus lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira; Para que sejam julgados todos os que não creram a verdade, antes [todos estes] tiveram prazer na iniqüidade."

E, por causa dos falsos milagres que o anticristo fará, muitos infelizmente acreditarão nele como sendo o messias, rejeitando a Jesus, o verdadeiro Messias.

Por que o Arrebatamento e o Aparecimento Glorioso de Cristo são 2 eventos distintos?

Como foi citado antes, o Arrebatamento e o Aparecimento Glorioso constituem os dois estágios da Segunda Vinda de Jesus Cristo. Segue abaixo, uma comparação entre os dois estágios, mostrando que são eventos diferentes. O primeiro, acontece antes da Tribulação, ao passo que o segundo acontece depois.

O ponto importante é: no Arrebatamento, somente os crentes verão a Jesus, e no Aparecimento Glorioso, TODOS o verão (crentes e não-crentes).

Nota: Esta comparação foi extraída do livro " Estamos Vivendo os Últimos Dias?", de Tim LaHaye e Jerry B. Jenkins.

O que acontecerá no Arrebatamento:

  1. O próprio Senhor descerá da casa de seu Pai, onde Ele está preparando um lugar para nós (João 14:1-3 e 1 Tessalonicenses 4:16). Ele virá novamente para receber-nos para si mesmo (João 14:1-3)
  2. Ele ressuscitará aqueles que dormem nele (crentes mortos que não precederemos; 1 Tessalonicenses 4:14-15)
  3. O Senhor dará a ordem enquanto desce (1 Tessalonicenses 4:16)
  4. Tudo isto tem lugar “num abrir e fechar de olhos” (1 Coríntios 15:52)
  5. Ouviremos a voz do arcanjo (1 Tessalonicenses 4:16)
  6. Ouviremos também a trombeta de Deus (1 Tessalonicenses 4:16), a sua última trombeta para a Igreja.
  7. Os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro (1 Tessalonicenses 4:16-17)
  8. Então nós, os que estivermos vivos e permanecermos, seremos transformados, feitos incorruptíveis, com nosso corpo “imortal” (1 Coríntios 15:51-53)
  9. Então seremos arrebatados juntos (1 Tessalonicenses 4:17)
  10. Com eles nas nuvens, onde crentes mortos (ressuscitados) e vivos terão uma esplendorosa reunião; (1 Tessalonicenses 4:17)
  11. Para encontrar o Senhor nos ares (1 Tessalonicenses 4:17)
  12. “Voltarei e vos receberei para mim mesmo”. Jesus nos leva para a casa do Pai, “para que, onde estou, estejais vós também” (João 14:13)
  13. “Assim, estaremos para sempre com o Senhor” (1 Tessalonicenses 4:17)
  14. O tribunal de Cristo (2 Coríntios 5:10). Após a chamada dos crentes, Cristo julgará todas as coisas (Romanos 14:10 e 2 Coríntios 5:10).
  15. O tribunal é descrito detalhadamente em 1 Coríntios 3:11-15. Preparação para o item 17
  16. Bodas do Cordeiro. Cristo encontra sua noiva, a Igreja. Neste meio tempo, o mundo enfrentará a tribulação, precedente da ira de Deus (Mateus 24:21)

O que acontecerá no Aparecimento Glorioso de Cristo:

  1. Imediatamente após a Tribulação (Mateus 24:29)
  2. Fenômeno cósmico no sol, na lua e nas estrelas (Mateus 24:29)
  3. O céu se abre, Cristo aparece sobre um cavalo branco (Apocalipse 19:11)
  4. Seguido por exércitos do céu (Apocalipse 19:14)
  5. Sinal do Filho do Homem no céu, visto por todos (Mateus 24:30)
  6. Vindo em poder e grande glória (Mateus 24:30)
  7. Os descrentes lamentam por não estarem preparados (Mateus 24:30)
  8. A besta (anticristo) e seus exércitos confrontam Cristo (Apocalipse 19:19)
  9. Cristo lança a besta e o falso profeta no lago de fogo (Apocalipse 19:20)
  10. Os que rejeitaram a Cristo são mortos (Apocalipse 19:21)
  11. Satanás é lançado no abismo por mil anos (Apocalipse 20:1-3)
  12. Ressurreição dos santos do Velho Testamento e da Tribulação (Mateus 24:31; Apocalipse 20:4)
  13. Cristo julga as nações e estabelece seu reino (Mateus 25)

O QUE É O ARREBATAMENTO?

Uma pesquisa recente da revista U.S. News & World Report








Descobriu que 61 por cento dos americanos acreditam que Jesus Cristo vai voltar à terra, e 44 por cento acreditam no Arrebatamento da Igreja.[1] O que é o Arrebatamento? Com tamanha certeza popular, por que há tanta confusão interpretativa a respeito desses acontecimentos? A doutrina do Arrebatamento pré-tribulacional é um ensino bíblico importante não apenas por oferecer percepções interessantes sobre o futuro, mas também porque oferece aos crentes motivação para a vida contemporânea.

O Arrebatamento pré-tribulacional ensina que, antes do período de sete anos conhecido como Tribulação, todos os membros do corpo de Cristo (tanto os vivos quanto os mortos) serão arrebatados nos ares para o encontro com Jesus Cristo e depois serão levados ao céu.

O ensino do Arrebatamento é mais claramente apresentado em 1 Tessalonicenses 4.13-18. Nessa passagem Paulo informa seus leitores de que os crentes que estiverem vivos por ocasião do Arrebatamento serão reunidos aos que morreram em Cristo antes deles. No versículo 17 a palavra "arrebatados" traduz a palavra grega harpazo, que significa "dominar por meio de força" ou "capturar". Essa palavra é usada 14 vezes no Novo Testamento Grego de várias maneiras diferentes.

Ocasionalmente o Novo Testamento usa harpazo com o sentido de "roubar", "arrastar" ou "carregar para longe" (Mateus 12.29; João 10.12). Também pode ser usada com o sentido de "levar embora com uso de força" (João 6.15; 10.28-29; Atos 23.10; Judas 23). No entanto, para nossos propósitos, um terceiro uso é mais significativo. Diz respeito ao Espírito Santo levando alguém de um lugar para outro. Encontramos esse uso em quatro ocorrências (Atos 8.39; 2 Coríntios 12.2, 4; 1 Tessalonicenses 4.17; Apocalipse 12.5).[2]

Esse último uso é ilustrado em Atos 8.39, quando Filipe, ao completar o batismo do oficial etíope, é "arrebatado" e divinamente transportado do deserto até a cidade costeira de Azoto. De modo semelhante, a Igreja será, num momento, levada da terra ao céu. Não deve-se estranhar, portanto, que um autor contemporâneo tenha chamado esse evento peculiar de "O Grande Seqüestro".[...]

Por que a doutrina da iminência é significativa para o Arrebatamento?

O ensino neo-testamentário de que Cristo poderia voltar a qualquer momento e arrebatar a Sua Igreja sem sinais ou advertências prévios (i.e. iminência) é um argumento tão poderoso em favor do pré-tribulacionismo que se tornou uma das doutrinas mais ferozmente atacadas pelos oponentes da posição pré-tribulacionista. Eles percebem que, se o Novo Testamento de fato ensinar a iminência, um arrebatametno pré-tribulacional estará praticamente assegurado.

Definição de Iminência

Qual é a definição bíblica de iminência? O Dr. Renald Showers define e descreve iminência da seguinte maneira:

1) Um acontecimento iminente é aquele que está sempre "pairando acima de alguém, constantemente prestes a vir sobre ou a alcançar alguém; próximo quanto à sua ocorrência" (The Oxford English Dictionary, 1901, V. 66). Assim, a iminência traz consigo o sentido de que algo pode acontecer a qualquer momento. Outras coisas podem acontecer antes do evento iminente, mas nada precisa acontecer antes que ele aconteça. Se alguma coisa precisa acontecer antes de determinado evento ocorrer, tal evento não é iminente. Em outras palavras, a necessidade de que algo ocorra antes destrói o conceito de iminência.

2) Uma vez que é impossível saber exatamente quando ocorrerá um evento iminente, não se pode contar com a passagem de determinado período de tempo antes que tal evento iminente ocorra. À luz disso, é preciso estar sempre preparado para que ele aconteça a qualquer momento.

3) Não se pode legitimamente estabelecer direta ou implicitamente uma data para sua ocorrência. Assim que alguém marca uma data para um evento iminente, destrói o conceito de iminência, porque ao fazer isso afirma que um determinado intervalo de tempo deve transcorrer antes que tal evento ocorra. Uma data específica para um evento é contrária ao conceito de que tal evento possa ocorrer a qualquer momento.

4) É impossível dizer legitimamente que um evento iminente vai acontecer em breve. A expressão "em breve" implica que tal evento precisa ocorrer "dentro de um tempo pequeno (depois de um ponto específico designado ou implícito)". Em termos de contraste, um evento iminente pode ocorrer dentro de um pequeno intervalo de tempo, mas não precisa fazê-lo para ser iminente. Espero que você perceba, agora, que "iminente" não é igual a "em breve".[3]

O fato de que Jesus Cristo pode voltar a qualquer momento, mesmo que não necessariamente em breve, e sem a necessidade de qualquer sinal anterior à Sua vinda, requer o tipo de iminência ensinado pela posição pré-tribulacionista e é um forte apoio ao pré-tribulacionismo.

Que passagens do Novo Testamento ensinam essa verdade? Os versículos que afirmam a volta de Cristo a qualquer momento, sem aviso prévio, e aqueles que instruem os crentes a esperar e aguardar a vinda do Senhor ensinam a doutrina da iminência.

Observem-se as seguintes passagens do Novo Testamento:

1 Coríntios 1.7"...aguardando vós a revelação de nosso Senhor Jesus Cristo".

1 Coríntios 16.22"Maranata!"

Filipenses 3.20"Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo".

Filipenses 4.5"Perto está o Senhor".

1 Tessalonicenses 1.10"e para aguardardes dos céus o Seu Filho...".

1 Tessalonicenses 4.15-18"Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até à vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem. Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor. Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras".

1 Tessalonicenses 5.6"Assim, pois, não durmamos como os demais; pelo contrário, vigiemos e sejamos sóbrios".

1 Timóteo 6.14"que guardes o mandato imaculado, irrepreensível, até à manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo".

Tito 2.13"aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus".

Hebreus 9.28"assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação".

Tiago 5.7-9"Sede, pois, irmãos, pacientes, até a vinda do Senhor... pois a vinda do Senhor está próxima... Eis que o Juiz está às portas".

1 Pedro 1.13"Por isso,... sede sóbrios e esperai inteiramente na graça que vos está sendo trazida na revelação de Jesus Cristo".

Judas 21"guardai-vos no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo, para a vida eterna".

Apocalipse 3.11; 22.7, 12, 20"Eis que venho sem demora!"

• Apocalipse 22.17, 20"O Espírito e a Noiva dizem: Vem. Aquele que ouve diga: Vem.

Aquele que dá testemunho destas cousas diz: Certamente venho sem demora. Amém. Vem, Senhor Jesus!"

Ao considerarmos as passagens mencionadas acima, observamos que Cristo pode voltar a qualquer momento, que o Arrebatamento é de fato iminente. Somente o pré-tribulacionismo pode dar um sentido pleno, literal, a tal acontecimento iminente. Outras posições sobre o Arrebatamento precisam redefinir iminência de maneira mais elástica do que indica o Novo Testamento. O Dr. John Walvoord declara: "A exortação a que aguardemos a ‘manifestação da glória’ de Cristo para os Seus (Tito 2.13) perde seu significado se a Tribulação tiver que ocorrer antes. Fosse esse o caso, os crentes deveriam observar os sinais."[4] Se a posição pré-tribulacionista sobre a iminência não for aceita, então haverá sentido em procurar identificar os eventos relacionados à Tribulação (i.e., o Anticristo, as duas testemunhas, etc.) e não em esperar o próprio Cristo. O Novo Testamento, todavia, como demonstrado acima, uniformemente instrui a Igreja a olhar para a volta de Cristo, ao passo que os santos da Tribulação são exortados a observar os sinais.

A exortação neo-testamentária a que nos consolemos mutuamente pela volta de Cristo (João 14.1; 1 Tessalonicenses 4.18) não mais teria sentido se os crentes tivessem, primeiro, que passar por qualquer porção da Tribulação. Em vez disso, o consolo teria que esperar a passagem pelos eventos da Tribulação. Não! A Igreja recebeu uma "bendita esperança", em parte porque a volta do Senhor é, de fato, iminente.

A Igreja primitiva tinha uma saudação especial que os crentes só usavam entre si, conforme registrado em 1 Coríntios 16.22: a palavra "Maranata!" Esta palavra é constituída de três termos aramaicos: Mar ("Senhor"), ana ("nosso"), e tha ("vem"), significando, assim, "Vem, nosso Senhor!" Como outras passagens do Novo Testamento, "Maranata" só faz sentido se uma vinda iminente, ou seja, a qualquer momento, for pressuposta. Isso também serve de apoio à posição pré-tribulacionista.

Não foi à toa que os antigos cristãos cunharam essa saudação peculiar que reflete uma ansiosa expectativa pelo cumprimento dessa bendita esperança como uma presença real em suas vidas cotidianas. A vida da Igreja em nossos dias só teria a melhorar se "Maranata" voltasse a ser uma saudação sincera nos lábios de crentes que vivem com esta expectativa. Maranata! (Thomas Ice e Timothy Demy - http://www.chamada.com.br)

  1. Jeffrey L. Sheler, “The Christmas Covenant”. U.S. News & World Report, 19 de dezembro de 1994, pp. 62, 64.
  2. Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, “harpazo”, editado por Colin Brown. Vida Nova, São Paulo, 1982. Volume 1, p. 239-243.
  3. Ibid., pp. 127-128.
  4. Walvoord, The Rapture Question, p. 273.
Extraído do livro A Verdade Sobre O Arrebatamento.